Milagre Pessoal (fic)

A chuva lá fora era forte, a cada raio a esperança do sol aparecer diminuia. A galera da escola estava toda reunida no salão principal do clube, alguns já estavam com seus notebooks em mão, outros jogando conversa fora. As pranchas de surf ainda estavam no bagageiro...O tédio não poderia ser maior.

Por que isto acontecera exatamente em nossa viagem de formatura ?

Bom, pelo menos ele estava ali, derrotando completamente meu tédio inabalável.

Leandro não era o tipo de "garanhão" mas podemos dizer que lembrava um rockstar!Principalmente quando perdia a timidez (o que raramente acontecia) e soltava a voz junto com seu violão.Nas poucas conversas que tivemos lembro-me de não ter assunto, e ter rolado apenas comentários sobre mtv, cd's, músicas boas e ruins. Não importa, ele sempre acabava filosofando com a mesma frase: "A música é a chave-mestra para o enigma de qualquer sentimento."

De portuguê á biologia ele dominava tudo; garoto prodígio que deixava por onde passava um número notavél de garotas ao seus pés.

Custumo rir sozinha ao pensar que "Nem os Beatles faria uma música capaz de desvendar o enigma de tanto encanto!"

A cabeça pela qual sou apaixonada desde que ainda nào sabíamos escrever nossos nomes.

Voltando ao salão principal: Ao avista-lo me aproximei. Ele se encontrava em um canto afastado, próximo ao jardim, onde era possivel sentir o frescor dos pingos da chuva.Encarei seu violão sem perceber o que estava fazendo. Ele me notou e disse "Quer que eu toque?" eu me apressei "Por favor"

Nada que eu escreva e diga será capaz de definir o que aqueles 5 minutos valeram para mim.Uma explosão de sentimentos percorreu cada músculo de meu corpo, as lágrimas rolavam pelo meu rosto como cachoeiras.

Quando a música terminou, ele prosseguiu "Você está bem?" "Estou sim, pra falar a verdade...melhor agora"

O silêncio deve ter durado pouco mais de 1 minuto, embora parecesse anos...Ele interrompeu dizendo "Se eu dissesse que te amo? " " Eu consideraria este o mais estranho verão de minha vida"

Fixando o vazio, deixando o violão de lado e segurando minha mão ele repetiu "Eu te amo" Eu respondi "Também...Te amo"

Com um beijo na testa ele se despediu, levando com ele seu violão.

No dia seguinte um milagre para a sala! O sol havia saído, mas entre eu e ele tudo continuava como antes, mas o que importava era que meu milagre já havia acontecido...Na noite passada