sábado, 11 de julho de 2015

Nunca se sabe...

Não era a primeira vez e não ia ser a última.
Eu tinha certeza que ele estava voltando com mais uma tempestade, chegando desta forma mansa e fresca, aquele tipo de tempestade que nos faz pensar ''Até que enfim! Estava tudo tão seco".
Minhas mãos tremiam, meus olhos enchiam de lágrimas, eu sentia a felicidade na minha alma acender novamente... A melhor sensação de todas.
Mesmo sabendo que a qualquer instante ia tudo desmoronar, virar mentira, mas o que importa? Aquele momento era MEU, e eu tinha esperado um bom tempo por ele.
Ele tem este poder sobre minha mente, meu corpo e alma.
Ele consegue ter  meu tudo, ter em segundos. Sabe me fazer esquecer o passado não importando quão doloroso tenha sido. Eu gostava de cair, estava acostumada a levantar, eu sabia que a andar só compensaria se no fim da estrada ele estivesse ali, de novo, mesmo queimando eu não conseguia aliviar meu coração, ele gostava de queimar por dentro, e por fora...
Porque amor é fogo, mas se vai aquecer seu coração ou incendiar sua casa... Nunca se sabe.

A língua que a escrita fala

Não escrevo para que leiam, escrevo porque tenho sede.
Não escrevo o que querem ler, escrevo o que minha mente manda quando eu sinto que devo, e principalmente quando eu NÃO sinto nada.
Escrevo para aliviar, expressar, para tentar me compreender um pouco mais.
Afinal, escrever é isto, não é?
É a língua que transmite o que o corpo e os gestos não podem transmitir.
Ou porque não sabem, ou porque não podem.

sábado, 4 de julho de 2015

Antes de embarcar, um breve flashback

Meu vôo estava prestes a sair, pelas minhas contas, eu tinha aproximadamente 4 horas para pegar o táxi, chegar ao aeroporto, fazer o check-in, e embarcar com 20 minutos de folga.
Eu tinha que ir, este era o cronograma que eu havia feito na minha cabeça, meu cérebro mentalizava minha ida, minha vida seguindo... Já meu coração, bom, este não queria acordo, não queria papo, queria apenas ficar ali exatamente onde eu estava, quebrado e doendo, mas em pé, resistindo até o fim. Fim... Esta era a palavra que me fazia partir.
Meu coração queria ficar até o fim, mas ele não entendia que o fim da minha vida não era aquele. Embora ele quisesse que fosse, eu sabia tinha muita coisa para por em prática ainda, coisas mais conhecidas como "sonhos". E eu sei, que meu coração não era diferente dos outros corações, não sou especial! Ele assim como os demais, quando gostam de alguém ou de algo, acham que devem permanecer tentando fazer o que  foi colocado dentro deles funcionar.
Entretanto, meu cérebro entendeu que a sua função era controlar meu coração, e redireciona-lo a uma nova perspectiva.
Meu coração, com a minha permissão, deixou entrar dentro dele alguém que me fez chegar prestes a perder meus amigos, amigos que nunca me disseram não, que apesar dos pesares me colocavam acima de suas prioridades para me ouvir reclamar, como se já não tivessem problemas o bastante com a própria vida.
Deixou que meu dia a dia fosse afetado, meus sonhos fossem colocados dentro de uma caixa com uma etiqueta dizendo "na fila de espera". Mudei meu comportamento em casa, com a minha família, que desde o dia em que nasci, sonha por mim, motiva meus estudos, meus lazeres, com o objetivo de me ver tendo sucesso fazendo o que eu gosto de fazer. E principalmente,  de me ver sendo feliz.
Meu coração acreditava que por algum motivo, aquela pessoa, depois de tantos obstáculos, problemas, descasos, iria tornar minha vida melhor, mais completa, e merecia que todos e tudo fossem colocados de lado.
Não importava como, ou  o que eu iria deixar para trás, e até mesmo perder. O foco era ganhar, era fazer funcionar o que eu queria cegamente: Que funcionasse.
Coloquei em primeiro lugar a pessoa que agora ocupava além do meu coração, a minha cabeça e a minha vida.
De repente acordei e nada mais era como era antes de eu dormir.
Lutei tanto para ser alguém melhor, colocar meus defeitos de lado, e mesmo assim não consegui ser boa o suficiente para que aquela pessoa que eu tanto amei resolvesse ficar.
Todos os dias, após o dia em que chegamos ao fim, era como se um buraco ocupasse a "linha da minha vida" e eu não conseguisse sair dele e continuar andando sobre ela.
Eu lutava para sair de la, eu tive pena de mim mesma várias vezes, me peguei chorando arrependida por todos os dias que maltratei quem me amava quando eu não merecia ser amada.
Antes de dormir, eu ficava pensando sobre tudo que havia vivido até aquele momento, tentando encontrar onde estava o erro, de que forma e quando eu deveria ter agido diferente?
A resposta veio tempo depois, muito tempo depois.
Ela não aparece do dia pra noite, ou da noite pro dia assim como foi o tal do "fim". 
Ela vem com o tempo, ela faz você tentar entender o que errou, quando na verdade o erro esta bem na sua frente...
É o tal do amor-próprio que todo mundo acha que tem, mas basta um estalar de dedos, para perdermos.
Amor-próprio é valorizar seus sonhos e quem acredita neles, e valorizar os deles de volta.
É ser família de quem sabe ser família com a gente.
É se importar com quem se importa todos os dias com você, e não deixa-los por alguém que "supostamente" se importa.
É ter uma noite de sono, com a certeza de que não importa o dia de amanhã, se algo chegar ao fim, você não terá do que se arrepender.
É ser presente e dar seu máximo no que acredita que vale a pena, mas não dar seu tudo.
O que, no caso, são coisas completamente diferentes.
Seu tudo resume em quem você é desde de o dia em que nasceu até o dia de hoje. Seu máximo é seu limite, tudo que você pode ser de bom, até mesmo quando esta mal, é ser uma pessoa compreensiva até mesmo quando esta com raiva, é estender a mão mesmo quando a pessoa não precisa, não pede.
Eu, resumidamente, levei tempo para entender que errei em mil e um pontos e aspectos, mas agradeço que cedo ou tarde consegui compreender.
E hoje, sei que se meu coração deixar, novamente, alguém entrar dentro dele, minha cabeça estará pronta para cuidar de tudo que estarei prestes a enfrentar.
Então, terminei de arrumar as malas, e embarquei.
Dentro do avião, cada paisagem que eu avistava la de cima, me fazia enxergar...
Que visto de perto, os problemas parecem tão grande, vendo de cima, eles eram na verdade minúsculos, e no fim, é tudo uma questão de escolha o ângulo que enxergamos. Quando temos uma vida grande, estamos acima de nossos problemas, e estes, se tornam minúsculos. Esta foi a escolha que fiz... 
















quarta-feira, 23 de julho de 2014

Motivos Infinitos

Você chegou, de mansinho, leve, sereno, tranquilo.
Você chegou assim, como quem não quer nada, só queria mais paz
Mais vida, mais brisa, mais sol, mais som, mais de tudo que fosse bom
Menos preocupação, menos não.
Você sabia falar, falar como quem sempre perde e não se importa
Mas na verdade só ganha
Cheio de luz, cheio de amor, cheio de ritmos e sorrisos
Cheio de alegria, aventura e cor.
Você chegou e me buscou...
Buscou de volta a minha alma, aquela que tinha ido embora, com minha vontade de amar.
Buscou minha respiração funda, meu riso baixo, meu coração disparado, buscou meu sossego.
Me trouxe de volta razões para gostar de admirar o sol.
Me deu motivos infinitos, infinitos para escolher desta vez, ficar.


domingo, 10 de novembro de 2013

Educação e globalização, Tudo ou nada a ver?


A educação europeia herdou uma política muitíssimo valiosa, deixada pela era iluminista, a partir de então foi preservado o conceito de que saber e aprender é importante para a formação do indivíduo na humanidade. Para seu bem estar social. Os EUA entretanto defendem a teoria de que estudar, saber é importante para pô-lo em prática, tendo seus aprendizados refletidos no progresso do país.
Já no Brasil, o conhecimento é usado para ser ''mostrado'', ''exibido'', é mais interessante ser fazendeiro com um diploma de direito cursado no exterior pendurado na parede do que cursar um curso menos conceituado e exerce-lo de fato.
Decorrendo daí então a supervalorização de alguns cursos e a desvalorização de outros...
A geração de hoje tem acesso em apenas alguns segundos a informações antigas, atuais, nacionais e internacionais, uma quantidade absurda que Napoleão Bonaparte não teve durante toda a sua vida. Os jovens também estão conectados com todas as partes do mundo tendo como resultado desta globalização uma visão mais ampla das nações, culturas, costumes e uma integração com outros povos, sem contar no tamanho da liberdade de expressão, opinião, fornecida pela tecnologia que afeta milhares de pessoas  24 horas após jogada na rede.
A educação precisa explorar estas ''mentes abertas'', assimilando de forma convencional internet e cotidiano, mostrando aos jovens como podemos usar estes recursos e suas mentes de século XXI para trazer progresso ao país onde habitam.
Abordagens interessantes como países desenvolvidos e suas bases, o uso devido e indevido da internet, a influência da opinião após jogada na rede.
A educação atual precisa se integrar ou apenas apoiar programas como Intercambio de Jovens Estudantes, valorizar mais a linga estrangeira; dar atenção tanto ao aprendizado como ao aluno que domina alguma língua, considerando que após esta era tecnológica que estamos vivendo, fronteiras existem apenas no mapa.
Entendo que assim seja uma boa forma de dinamizar e prosperar a educação. Nossa geração possui todos os recursos possíveis para encaminhar o mundo a um rumo melhor, mas globalização e educação caminham juntos! De nada vale as máquinas se não sabemos como utiliza-las.

domingo, 3 de novembro de 2013

Por bem ou por mal, era hora de partir

Apesar das duvidas que pareciam apenas se multiplicar, havia algo que também crescia dentro de mim. Pela primeira vez encontrei de fato um sentimento que poderia ser traduzido como determinação, eu estava determinada.
Uma vontade súbita de conseguir tudo que eu sabia que era capaz de ter, que pertencia a mim.
Todos os caminhos tem seus prós e contras, mas como eu conseguiria viver longe dos que eu amo de vez? E em especial da minha maior fonte de inspiração? Só de pensar em sair por aquela porta e não o encontrar de novo, sinto como se algo me rasgasse por dentro.
Era exatamente esta a resposta, quanto mais longe estávamos um do outro, mais dor e vontade de prosseguir, fazer valer cada sacríficio eu sentia.
Todo bom poeta precisou sofrer, ouvi isto de uma grande professora de literatura, como já era de se esperar ela estava certa.
Para toda boa obra o autor precisa ter passado por grandes dificuldades, a determinação surge quando precisamos provar a nós mesmos o quanto somos capaz, fazer da dificuldade apenas mais um fator de motivação.
Demorei muito para acumular toda a coragem necessária, organizar meus pensamentos e planos e dizer em alto e bom som que era hora de ir por bem ou por mal.
Mesmo quando sabemos qual é o caminho mais certo (não o mais confortável), ainda assim o coração tenta gritar, e impedir a razão de nos guiar. Talvez o coração esteja certo afinal. Perdi noites de sono considerando esta possibilidade.
Mas uma vez que deixei-me ser guiada por ele tantas vezes, e acabei me quebrando por completa, resolvi dar uma chance á razão. Ela merecia.
Folheei as páginas do meu livro preferido, li os versos grifados e foi impossível conter as lágrimas,  e não lembrar de como cada pedaço de mim parecia estar submisso a algo.
Como tudo me fazia lembrar de poucos anos atrás onde tudo era tão mais fácil e simples, não sei se deixei a oportunidade escapar, ou se fiz a melhor escolha, escolhendo apenas meus planos, enxergando a mim mesma como o único foco.
Quem sabe... ainda não fosse a hora.
Eu estava determinada. Determinada. E nada, iria conseguir me fazer ficar... A caminhada estava apenas começando.